Conceito de Xenofobia:
O significado da palavra xenofobia dependerá do
contexto em que ela estiver sendo usada, pois, pode ser caracterizada
como um transtorno psiquiátrico ou como uma forma de preconceito.
Atitudes xenofóbicas, como preconceito, incluem desde o impedimento à
imigração de estrangeiros ou de pessoas pertencentes a diferentes
culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa do extermínio
desses grupos. Por esta razão a xenofobia tende a ser normalmente
associada a preconceitos étnicos ou ligada à nacionalidade.
A xenofobia e os consequentes atos contras migrantes são oficialmente considerados como crime e violação dos Direitos Humanos.
Xenofobia na Europa:
Os movimentos xenófobos vêm crescendo gradativamente, especialmente a
partir dos anos 80 com as crises econômicas que ocorreram nessa década e
nos anos 90 com o aumento do desemprego em escala global. Segundo os
líderes e adeptos desse tipo de movimento, essa aversão aos imigrantes
não se deve a preconceitos por origem, e sim pela preocupação com a
perda de identidade cultural, a competividade entre um nativo e um
imigrante, pois o último se sujeita a menores salários e condições
precárias de trabalho, isso força uma deflação geral.
Devido ao padrão de migrantes em direção à Europa, é este continente
que tem apresentado a maior parte dos casos extremos de xenofobia. Como
exemplo, só nesta década, tem-se o incêndio criminoso de um edifício
onde moravam migrantes turcos, na Alemanha; o caso recente do norueguês
que explodiu uma bomba no centro de Oslo (capital da Noruega) e fuzilou
estudantes de um partido de esquerda (que eram contra o discurso de
expulsão de migrantes), totalizando aproximadamente 80 mortos. Além
disso, foram observadas manifestações e passeatas contra migrantes na
França, Portugal, Espanha e Inglaterra.
Devido às pressões de grupos xenófobos, o governo da França implantou
medidas de restrição aos imigrantes, nesse caso, as origens mais
afetadas são os africanos e mulçumanos (ex-colônias). Essa realidade não
se resume somente à França, pois os outros países europeus
desenvolvidos estabeleceram leis extremamente rigorosas para impedir a
entrada de imigrantes.
Recentemente, o grupo de imigrantes que mais
sofrem com a discriminação são os do leste europeu, os países da Europa
Ocidental impuseram a cobrança de vistos, mas para adquiri-los as
burocracias são tão grandes que se torna uma tarefa difícil de alcançar.
As três principais organizações europeias de proteção de Direitos
defendem a tese de que "a crise econômica atiça o racismo e a xenofobia"
nos dias atuais.
Conforme declaração, assinada pelo Escritório das Instituições
Democráticas e de Direitos Humanos da Organização pela Segurança e
Cooperação na Europa (OSCE), pela Comissão Europeia Contra o Racismo e a
Intolerância do Conselho da Europa e pela Agência dos Direitos
Fundamentais da União Europeia, "a situação está preocupante", uma vez
que a crise econômica acentua o número e a gravidade das ocorrências de
atos de repúdio aos imigrantes. O comunicado foi baseado nos resultados
de pesquisas internas de cada um dos órgãos, cujos dados não foram
revelados.
"A história da Europa nos lembra que, de uma depressão econômica, nós
pudemos entrar tragicamente na exclusão social e na perseguição. Nós
tememos que, nestes tempos de crise, os migrantes, as minorias e outros
grupos vulneráveis se transformem em bodes expiatórios de certos
políticos com tendências populistas, ou de certas mídias".
O texto foi divulgado por Bruxelas.
As três organizações lembram que "fazer o outro ser bode expiatório"
já ocorreu por diversas ocasiões "particularmente violentas e evocando
crimes de ódio". No entanto, o comunicado não dá exemplos de a quais
eventos se refere, se limitando a dizer que os atos extremistas estão
ocorrendo "em um certo número de países da Europa".
Os defensores dos Direitos Humanos ressaltam o engajamento na
investigação e na pesquisa das manifestações neste sentido devem ser uma
prioridade, assim como a assistência às vítimas de preconceitos e a
punição dos responsáveis.
Na visão de estudiosos, essa temática não terá fim enquanto existir
tanta disparidade entre países centrais e periféricos, pois as pessoas
desse último sempre vão migrar em busca de sua sobrevivência.
Migrações:
No século XX e início do século XXI, o fluxo migratório voltou-se para a Europa.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, vários países europeus se
reconstruíram e se destacaram no seguimento industrial, como a Alemanha e
a França, com o crescimento econômico derivado desse setor tais nações
se tornaram áreas de atração para trabalhadores, sobretudo, imigrantes.
Podemos distinguir, entre os movimentos migratórios, duas categorias
principais: as migrações por motivos econômicos e as migrações por
motivos políticos, que compreendem os refugiados e os perseguidos
políticos.
Migrações por motivos econômicos:
Os indivíduos de países subdesenvolvidos passaram a buscar uma melhor
condição de vida e emprego nos países desenvolvidos da Europa.
O ódio ao estrangeiro, ou xenofobia, e o racismo crescem rapidamente
no mundo globalizado. A concorrência no mercado de trabalho tem sido a
principal causa da discriminação de imigrantes nos países ricos.
Globalização como fator para migração nos dias atuais:
Associado a esse padrão dos fluxos migratórios, outro fator que marca
a migração atualmente é a globalização (desenvolvimento das tecnologias
de transporte e comunicação, que permitem a interação em escala
global). Esse fenômeno contemporâneo é responsável por um aumento
significativo da facilidade de deslocamentos e comunicação dos
migrantes. O avanço dos meios de transportes facilita e difunde meios
rápidos de se locomover de um país a outro. A facilidade de comunicação
permite, como em nenhuma outra época, que o migrante continue a se
comunicar, manter laços e enviar dinheiro para pessoas (geralmente
familiares) de seu país de origem. Essas facilidades, possíveis pela
globalização, promovem ainda mais a migração contemporânea.
Mão-de-obra, emprego e desemprego na Europa:
Mão de obra designa o trabalho manual empregado geralmente na
produção de indústrias, mas também pode ser utilizado para se referir ao
trabalhador de qualquer empresa.
A mão de obra pode ser dividida em mão de obra direta, que é quando o
trabalho édiretamente empregado na fabricação de um bem ou serviço, e a
mão de obra indireta que é quando o trabalho é realizado em atividades
frequentemente indivisíveis, como a supervisão ou apoio à produção de
manutenção de máquinas e equipamentos, limpeza ou vigilância e etc.
No plano econômico mundial, o ano de 2011 foi marcado pela crise
econômica na União Europeia. Em função da globalização econômica que
vivemos na atualidade, a crise se espalhou pelos quatro cantos do mundo,
derrubando índices das bolsas de valores e criando um clima de
pessimismo na esfera econômica mundial.
A crise no continente europeu colocou a população em alerta. O
aumento nas taxas de desemprego nos países que mais sofrem com a crise,
como Grécia, Espanha, Itália e Portugal, é notável. Quase nenhum setor
se salvou, e os motivos para isso não estão somente na crise que cada um
enfrenta, mas em questões estruturais, que apresentaram suas
consequências a longo prazo.
Em setembro de 2011, a Espanha apresentava uma taxa de desemprego de
22,5%. Em agosto de 2012, o número já havia chegado a 25,1%. Aumentos
significantes também puderam ser vistos em Portugal e na Itália. No
mesmo período, o país ibérico passou de 13,1% para 15,9%, enquanto na
Itália subiu de 8,8 a 10,7%. De acordo com dados fornecidos pelo
Consulado Geral da Grécia em São Paulo, em 2008, antes de crise, a taxa
de desemprego no país era de 7,2%. Em 2012, chegou a 23,6%, um
crescimento alarmante.
O professor de economia internacional da ESPM-RJ e da Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Fernando Padovani, explica que há
atualmente nestes países uma falta de investimentos e de consumo devido
às incertezas da crise. As pessoas que planejavam fazer consumos
importantes, como comprar uma casa ou um carro, decidiram esperar a
economia se acalmar para não correr riscos, por exemplo. "Se paralisa o
consumo e o investimento na Europa. Então, as empresas não têm mais
necessidade de empregar tanta gente para produzir", observa Padovani.
A qualidade do emprego piorou na Europa entre 2005 e
2010, no contexto da crise e do aumento do desemprego, segundo um
estudo realizado pelo Centro de Estudos do Emprego (CEE), divulgado
Abril de 2013.
Alguns países registraram uma melhoria na qualidade do emprego
durante este período, como a Polônia, República Checa, Bélgica e
Dinamarca, mas a maioria apresentou uma deterioração, particularmente
França e Irlanda, indicou o estudo.
O cálculo da qualidade do emprego é baseado em seis fatores:
salários, formas de emprego atípicas involuntárias (trabalho temporário
ou de meio período), tempo de trabalho e equilíbrio entre vida
profissional e vida familiar, condições de trabalho e segurança no
trabalho, competências e evolução da carreira e representação dos
interesses coletivos (filiação sindical, negociação coletiva), explicou o
CEE.
Desses índices, dois apresentaram melhoria nos 27 países estudados:
tempo de trabalho e equilíbrio entre a vida privada e profissional e o
índice de condições de trabalho e segurança no trabalho. O resto sofreu
uma piora, principalmente em relação a salários e trabalho temporário ou
em tempo parcial.
A Irlanda foi o país que registrou uma "deterioração mais acentuada"
quanto ao emprego atípico e as condições de trabalho, apesar de o índice
de salário ter melhorado.
Quanto à França, segundo país em piora trabalhista, os fatores que
mais contribuíram para esta situação foram o equilíbrio entre a vida
profissional e pessoal, as condições de trabalho e progressão na
carreira, de acordo com o CEE.
Sem trabalho, alguns jovens fazem uma peregrinação por estágios
não-remunerados - muitas vezes tão concorridos como trabalhos pagos.
Outros, se dedicam a "sub-empregos".
Na Espanha, é cada vez mais comum encontrar jovens que omitem
qualificações no currículo para conseguir empregos como vendedores por
exemplo. Na Inglaterra, o número de jovens com formação universitária
empregados como garçom, funcionários de supermercados e outros trabalhos
não qualificados aumentou 6% no último ano segundo a Higher Education Careers Service Unit.
Conclusão:
A crise econômica que assombra a Europa desde 2011, é o principal
fator de desemprego na maioria de seus países. Alguns como Espanha e
Portugal, possuem índices muito elevados de desemprego e sua população
sofre com a crise. Este fato tem contribuído e muito para a crescente
onda de xenofobia na Europa, tanto dos governos, como de grupos
extremistas. É evidente a crescente força dos partidos conservadores da
direita e de seus adeptos em toda a Europa, com práticas e discursos
extremistas contra imigrantes e assim contribuindo para xenofobia no
continente. O motivo alegado por esses partidos e grupos, é de que com a
falta de emprego na Europa, os nativos necessitam disputar seus
empregos com imigrantes, que muitas vezes se sujeitam a menores salários
e piores condições de trabalho.
Referências bibliográficas:
http://oglobo.globo.com/economia/europa-precisa-de-mais-equilibrio-imigracao-de-mao-de-obra-capacitada-diz-fmi-2923018
http://www.clickideia.com.br/portal/mostrarConteudo.php?idPagina=2576
http://www.dw.de/xenofobia-chega-a-40-nos-estados-da-ex-alemanha-comunista/a-4504494
http://oglobo.globo.com/mundo/imigrantes-temem-onda-de-xenofobia-em-boston-8233578
http://espacodapopulacao.blogspot.com.br/2010/04/migracao-e-xenofobia.html
http://geografia.uol.com.br/geografia/mapas-demografia/42/xenofobia-na-europa-os-padroes-atuais-de-migracao-internacional--252496-1.asp
http://www.causanacional.net/index.php?itemid=80
http://www1.folha.uol.com.br/colunas/clovisrossi/801630-a-xenofobia-esta-na-moda.shtml
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/os-imigrantes-na-europa.htm
http://socialismohoje.wordpress.com/documentos-e-relatorios-do-cit/1527-2/europa-%E2%80%93-um-continente-envolvido-numa-crise-economica-social-e-politica/
http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/05/11/internas_economia,365484/sociologo-diz-que-crise-economica-criara-o-estado-de-mal-estar-na-europa.shtml
http://www.suapesquisa.com/uniaoeuropeia/crise.htm
http://www.gazetadopovo.com.br/mundo/conteudo.phtml?id=860632&tit=Crise-economica-incentiva-a-xenofobia-na-Europa
http://noticiasco.terra.com.co/tecnologia/interna/0,,OI3647687-EI8142,00.html
http://pablovaller.wordpress.com/2007/10/16/a-mao-de-obra-europeia/
http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/M%C3%A3o-De-Obra-Na-Europa/1086.html
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/o-desemprego-na-europa.htm
http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2012/05/30/imigracao-de-mao-de-obra-qualificada/
http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=953397
http://www.controversia.com.br/blog/europa-vira-as-costas-para-a-mo-de-obra-imigrante/
http://www.swissinfo.ch/por/especiais/a_suica_e_a_uniao_europeia/Suica_tem_a_mao-de-obra_mais_cara_da_Europa.html?cid=856270
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/comissao-pede-fim-da-crise-do-desemprego-na-europa
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2013/05/1271595-desemprego-sobe-e-pressiona-europa-a-agir.shtml
http://www.mundoeducacao.com.br/geografia/o-desemprego-na-europa.htm
http://www.fenafar.org.br/portal/internacional/83-internacional/1395-europa-ja-tem-23-milhoes-de-desempregados-.html
http://abemdanacao.blogs.sapo.pt/565830.html
http://economia.terra.com.br/desemprego-na-europa-reflete-questoes-estruturais-das-nacoes,0748974bd476b310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
http://www.jn.pt/PaginaInicial/Economia/Interior.aspx?content_id=1859719
http://exame.abril.com.br/economia/noticias/qualidade-do-emprego-na-europa-piorou-durante-crise
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2012/10/121003_geracao_perdida_ru.shtml
The Wall Street Journal,
http://imigrantes.no.sapo.pt/page3Envelhecimento.html
http://www.significados.com.br/mao-de-obra/
http://br.advfn.com/eventos/2012/crise-na-europa
Pesquisa feita por: Coringa TKT


Nenhum comentário:
Postar um comentário