quinta-feira, 16 de maio de 2013

Europa nos dias atuais: Xenofobia, (des)emprego, migração e crise econômica.

Conceito de Xenofobia:
O significado da palavra xenofobia dependerá do contexto em que ela estiver sendo usada, pois, pode ser caracterizada como um transtorno psiquiátrico ou como uma forma de preconceito.
Atitudes xenofóbicas, como preconceito, incluem desde o impedimento à imigração de estrangeiros ou de pessoas pertencentes a diferentes culturas e etnias, consideradas como ameaça, até a defesa do extermínio desses grupos. Por esta razão a xenofobia tende a ser normalmente associada a preconceitos étnicos ou ligada à nacionalidade.
A xenofobia e os consequentes atos contras migrantes são oficialmente considerados como crime e violação dos Direitos Humanos.

Xenofobia na Europa:
Os movimentos xenófobos vêm crescendo gradativamente, especialmente a partir dos anos 80 com as crises econômicas que ocorreram nessa década e nos anos 90 com o aumento do desemprego em escala global. Segundo os líderes e adeptos desse tipo de movimento, essa aversão aos imigrantes não se deve a preconceitos por origem, e sim pela preocupação com a perda de identidade cultural, a competividade entre um nativo e um imigrante, pois o último se sujeita a menores salários e condições precárias de trabalho, isso força uma deflação geral.
Devido ao padrão de migrantes em direção à Europa, é este continente que tem apresentado a maior parte dos casos extremos de xenofobia. Como exemplo, só nesta década, tem-se o incêndio criminoso de um edifício onde moravam migrantes turcos, na Alemanha; o caso recente do norueguês que explodiu uma bomba no centro de Oslo (capital da Noruega) e fuzilou estudantes de um partido de esquerda (que eram contra o discurso de expulsão de migrantes), totalizando aproximadamente 80 mortos. Além disso, foram observadas manifestações e passeatas contra migrantes na França, Portugal, Espanha e Inglaterra.
Devido às pressões de grupos xenófobos, o governo da França implantou medidas de restrição aos imigrantes, nesse caso, as origens mais afetadas são os africanos e mulçumanos (ex-colônias). Essa realidade não se resume somente à França, pois os outros países europeus desenvolvidos estabeleceram leis extremamente rigorosas para impedir a entrada de imigrantes.
Recentemente, o grupo de imigrantes que mais sofrem com a discriminação são os do leste europeu, os países da Europa Ocidental impuseram a cobrança de vistos, mas para adquiri-los as burocracias são tão grandes que se torna uma tarefa difícil de alcançar.

As três principais organizações europeias de proteção de Direitos defendem a tese de que "a crise econômica atiça o racismo e a xenofobia" nos dias atuais.
Conforme declaração, assinada pelo Escritório das Instituições Democráticas e de Direitos Humanos da Organização pela Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), pela Comissão Europeia Contra o Racismo e a Intolerância do Conselho da Europa e pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia, "a situação está preocupante", uma vez que a crise econômica acentua o número e a gravidade das ocorrências de atos de repúdio aos imigrantes. O comunicado foi baseado nos resultados de pesquisas internas de cada um dos órgãos, cujos dados não foram revelados.
"A história da Europa nos lembra que, de uma depressão econômica, nós pudemos entrar tragicamente na exclusão social e na perseguição. Nós tememos que, nestes tempos de crise, os migrantes, as minorias e outros grupos vulneráveis se transformem em bodes expiatórios de certos políticos com tendências populistas, ou de certas mídias".
O texto foi divulgado por Bruxelas.
 As três organizações lembram que "fazer o outro ser bode expiatório" já ocorreu por diversas ocasiões "particularmente violentas e evocando crimes de ódio". No entanto, o comunicado não dá exemplos de a quais eventos se refere, se limitando a dizer que os atos extremistas estão ocorrendo "em um certo número de países da Europa".
Os defensores dos Direitos Humanos ressaltam o engajamento na investigação e na pesquisa das manifestações neste sentido devem ser uma prioridade, assim como a assistência às vítimas de preconceitos e a punição dos responsáveis.

Na visão de estudiosos, essa temática não terá fim enquanto existir tanta disparidade entre países centrais e periféricos, pois as pessoas desse último sempre vão migrar em busca de sua sobrevivência.

Migrações:
No século XX e início do século XXI, o fluxo migratório voltou-se para a Europa.
Após o término da Segunda Guerra Mundial, vários países europeus se reconstruíram e se destacaram no seguimento industrial, como a Alemanha e a França, com o crescimento econômico derivado desse setor tais nações se tornaram áreas de atração para trabalhadores, sobretudo, imigrantes.
Podemos distinguir, entre os movimentos migratórios, duas categorias principais: as migrações por motivos econômicos e as migrações por motivos políticos, que compreendem os refugiados e os perseguidos políticos.

Migrações por motivos econômicos:

Os indivíduos de países subdesenvolvidos passaram a buscar uma melhor condição de vida e emprego nos países desenvolvidos da Europa.
O ódio ao estrangeiro, ou xenofobia, e o racismo crescem rapidamente no mundo globalizado. A concorrência no mercado de trabalho tem sido a principal causa da discriminação de imigrantes nos países ricos.

Globalização como fator para migração nos dias atuais:
Associado a esse padrão dos fluxos migratórios, outro fator que marca a migração atualmente é a globalização (desenvolvimento das tecnologias de transporte e comunicação, que permitem a interação em escala global). Esse fenômeno contemporâneo é responsável por um aumento significativo da facilidade de deslocamentos e comunicação dos migrantes. O avanço dos meios de transportes facilita e difunde meios rápidos de se locomover de um país a outro. A facilidade de comunicação permite, como em nenhuma outra época, que o migrante continue a se comunicar, manter laços e enviar dinheiro para pessoas (geralmente familiares) de seu país de origem. Essas facilidades, possíveis pela globalização, promovem ainda mais a migração contemporânea.


Mão-de-obra, emprego e desemprego na Europa:
Mão de obra designa o trabalho manual empregado geralmente na produção de indústrias, mas também pode ser utilizado para se referir ao trabalhador de qualquer empresa.
A mão de obra pode ser dividida em mão de obra direta, que é quando o trabalho édiretamente empregado na fabricação de um bem ou serviço, e a mão de obra indireta que é quando o trabalho é realizado em atividades frequentemente indivisíveis, como a supervisão ou apoio à produção de manutenção de máquinas  e equipamentos, limpeza ou vigilância e etc.

No plano econômico mundial, o ano de 2011 foi marcado pela crise econômica na União Europeia. Em função da globalização econômica que vivemos na atualidade, a crise se espalhou pelos quatro cantos do mundo, derrubando índices das bolsas de valores e criando um clima de pessimismo na esfera econômica mundial.

A crise no continente europeu colocou a população em alerta. O aumento nas taxas de desemprego nos países que mais sofrem com a crise, como Grécia, Espanha, Itália e Portugal, é notável. Quase nenhum setor se salvou, e os motivos para isso não estão somente na crise que cada um enfrenta, mas em questões estruturais, que apresentaram suas consequências a longo prazo.
Em setembro de 2011, a Espanha apresentava uma taxa de desemprego de 22,5%. Em agosto de 2012, o número já havia chegado a 25,1%. Aumentos significantes também puderam ser vistos em Portugal e na Itália. No mesmo período, o país ibérico passou de 13,1% para 15,9%, enquanto na Itália subiu de 8,8 a 10,7%. De acordo com dados fornecidos pelo Consulado Geral da Grécia em São Paulo, em 2008, antes de crise, a taxa de desemprego no país era de 7,2%. Em 2012, chegou a 23,6%, um crescimento alarmante.

O professor de economia internacional da ESPM-RJ e da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Fernando Padovani, explica que há atualmente nestes países uma falta de investimentos e de consumo devido às incertezas da crise. As pessoas que planejavam fazer consumos importantes, como comprar uma casa ou um carro, decidiram esperar a economia se acalmar para não correr riscos, por exemplo. "Se paralisa o consumo e o investimento na Europa. Então, as empresas não têm mais necessidade de empregar tanta gente para produzir", observa Padovani.

A qualidade do emprego piorou na Europa entre 2005 e 2010, no contexto da crise e do aumento do desemprego, segundo um estudo realizado pelo Centro de Estudos do Emprego (CEE), divulgado Abril de 2013.
Alguns países registraram uma melhoria na qualidade do emprego durante este período, como a Polônia, República Checa, Bélgica e Dinamarca, mas a maioria apresentou uma deterioração, particularmente França e Irlanda, indicou o estudo.

O cálculo da qualidade do emprego é baseado em seis fatores: salários, formas de emprego atípicas involuntárias (trabalho temporário ou de meio período), tempo de trabalho e equilíbrio entre vida profissional e vida familiar, condições de trabalho e segurança no trabalho, competências e evolução da carreira e representação dos interesses coletivos (filiação sindical, negociação coletiva), explicou o CEE.

Desses índices, dois apresentaram melhoria nos 27 países estudados: tempo de trabalho e equilíbrio entre a vida privada e profissional e o índice de condições de trabalho e segurança no trabalho. O resto sofreu uma piora, principalmente em relação a salários e trabalho temporário ou em tempo parcial.
A Irlanda foi o país que registrou uma "deterioração mais acentuada" quanto ao emprego atípico e as condições de trabalho, apesar de o índice de salário ter melhorado.
Quanto à França, segundo país em piora trabalhista, os fatores que mais contribuíram para esta situação foram o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, as condições de trabalho e progressão na carreira, de acordo com o CEE.
Sem trabalho, alguns jovens fazem uma peregrinação por estágios não-remunerados - muitas vezes tão concorridos como trabalhos pagos. Outros, se dedicam a "sub-empregos".
Na Espanha, é cada vez mais comum encontrar jovens que omitem qualificações no currículo para conseguir empregos como vendedores por exemplo. Na Inglaterra, o número de jovens com formação universitária empregados como garçom, funcionários de supermercados e outros trabalhos não qualificados aumentou 6% no último ano segundo a Higher Education Careers Service Unit.

Conclusão:
A crise econômica que assombra a Europa desde 2011, é o principal fator de desemprego na maioria de seus países. Alguns como Espanha e Portugal, possuem índices muito elevados de desemprego e sua população sofre com a crise. Este fato tem contribuído e muito para a crescente onda de xenofobia na Europa, tanto dos governos, como de grupos extremistas. É evidente a crescente força dos partidos conservadores da direita e de seus adeptos em toda a Europa, com práticas e discursos extremistas contra imigrantes e assim contribuindo para xenofobia no continente. O motivo alegado por esses partidos e grupos, é de que com a falta de emprego na Europa, os nativos necessitam disputar seus empregos com imigrantes, que muitas vezes se sujeitam a menores salários e piores condições de trabalho.

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http://www.significados.com.br/mao-de-obra/
http://br.advfn.com/eventos/2012/crise-na-europa

Pesquisa feita por: Coringa TKT

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